Turquia: 7 lugares que não podem faltar em seu roteiro

Nas últimas décadas, a Turquia entrou na rota do turismo internacional. Viajantes que não ousavam sair dos destinos tradicionais da Europa e Estados Unidos, descobriram os encantos desse país que guarda belezas surpreendentes. A maioria dos visitantes escolhe apenas Istambul e Capadócia, esta última por causa do passeio de balões. Mas o país dos turcos tem mais a oferecer, inclusive na própria Capadócia, que além da paisagem inusitada, guarda preciosidades arqueológicas. É isso que pretendo mostrar a seguir.

Os lugares escolhidos para compor esta lista são especiais por diversas razões que vão desde a beleza natural e ou arquitetônica até a história milenar da região, o que envolve uma diversidade de culturas e religiões.

Istambul: a cidade principal da Turquia

Não dá para ir à Turquia sem visitar Istambul, que é a sua mais importante cidade. A maior curiosidade de Istambul talvez seja o fato de estar dividida entre dois continentes; a Europa e a Ásia. Mas a beleza de suas construções certamente é o que mais fascina os visitantes. A começar pelo famoso Grand Bazar, pelo palácio TopiKapi, pelas mesquitas Azul e Santa Sofia, e pela pouco conhecida, mas não menos interessante, Pequena Sofia.

A cidade está repleta de referências históricas como a praça localizada sobre o antigo Hipódromo de Constantinopla. Entre essas referências, encontra-se também, a Cisterna da Basílica – um antigo reservatório de água, hoje transformado em atração turística.

Isso sem falar nas casas de chá – onde se fuma narguilé -, nos famosos e relaxantes banhos turcos e nas apresentações do Sama, que são, na verdade, rituais meditativos da ordem Sufi dos Mevlevis, também conhecida como  a ordem dos Dervixes Rodopiantes. É certo que essas três trdições estão presentes em outras partes da Turquia, mas em Istambul e na Capadócia elas estão mais acessíveis aos visitantes.

E não podemos esquecer da importância histórica de Itambul. Durante 11 séculos, enquanto se chamou Constantinopla, foi a capital do Império Bizantino – o  chamado Império Romano do Oriente -, que após o enfraquecimento de Roma, assumiu o protagonismo daquela civilização. Foi a conquista de Constantinopla pelos turcos otomanos que marcou o fim do Império Romano e, para alguns historiadores, encerrou a Idade Média, dando início à Era Moderna.

Para conhecer alguns desses pontos, leia, aqui no blog, as matérias: Santa Sofia: uma mescla de fés e estilos / Pequena Sofia: um lugar de paz e serenidade / Cisterna da Basílica: água e histórias sob o chão de Istambul / Hipódromo de Constantinopla; história milenar em Istambul / Hammam: o bálsamo da Turquia

Capadócia: beleza natural e arte religiosa

A Capadócia costuma ser o segundo destino de quem visita a Turquia. Suas formações rochosas, conhecidas como chaminés-de-fadas, impressionam e atraem visitantes, que enfrentam o medo de voar e o frio da madrugada turca para embarcar em balões e observar a paisagem do alto. Mas o grande patrimônio da região só pode ser acessado por terra: são as moradias trogloditas e os restos arqueológicos de igrejas e monastérios cristãos decorados com afrescos. Isso sem falar nas cidades subterrâneas.

Estima-se que a Capadócia tenha sido ocupada inicialmente cerca de 7 séculos antes de Cristo, mas os cristãos que construíram as igrejas e monastérios durante o Império Bizantino chegaram a região entre os séculos 6 e 9 da nossa era. Tanto as moradias escavadas na pedra como igrejas e monastérios começaram a surgir no século 7 depois que os árabes chegaram ao local para difundir a religião muçulmana, e os cristão precisaram criar seus esconderijos.

Na Capadócia, como em Istambul, há apresentações de Sama e casas de banho abertas aos turistas. Para saber mais sobre essa região especial da Turquia, acesse, aqui no blog, as matérias: Capadócia: um museu a céu aberto esculpido pelo tempo e pela fé / Sama: a dança que une o céu e a terra

Éfeso: onde teria vivido a mãe de Jesus

Para os católicos, o ponto alto da visita é a cidade de Éfeso. Nos arredores dessa cidade, que chegou a ser a segunda mais importante do Império Romano, encontra-se uma casa onde teria vivido a Virgem Maria. O lugar foi descoberto pela freira alemã Ana Catarina Emmerich e recebeu visitas de vários papas depois de ter sido reconhecida como Local Sagrado por Pio XI e por João XXXIII.

Na casa de Maria funciona uma igreja tão pequena que deveria ser chamada de capela e do lado de fora há dois espaços de devoção: um muro de pedidos, repleto de bilhetes escritos em tecidos, e uma fonte sagrada.

Além dos católicos, os muçulmanos também reverenciam a casa da Virgem Maria, pois tanto ela como Jesus Cristo ocupam lugares importantes em sua doutrina: Jesus (ou Issa) é considerado profeta e Maria (Maryan, em árabe) é tida como a mais especial das mulheres – a única a dar nome a uma Sura do Corão.

Éfeso foi também um importante centro cultural e de comércio e abrigou monumentos imponentes como a Biblioteca de Celso, um enorme teatro com 18 metros de altura e o Templo de Artemis – uma das 7 Maravilhas da Atiguidade.

Para mais detalhes sobre Éfeso, leia, aqui no blog, a matéria Éfeso: a última morada da Virgem Maria

Konya: o centro Sufi da Turquia

Já os seguidores ou admiradores do sufismo não podem deixar de conhecer Konya, onde viveu o mestre medieval Jalaludin Rumi. A cidade é marcada pela presença desse mestre e seu principal monumento é um complexo religioso que inclui um museu, onde se encontram a tumba e o maosoleu do poeta; uma biblioteca e uma mesquita.

Embora tenha nascido em Balkh, na antiga Pérsia, foi em Konya que Rumi viveu os mais marcantes momentos de sua vida religiosa. Ai, ele criou – ou adaptou à sua crença – o ritual do Sama, mais conhecido como a dança dos dervixes rodopiantes. Foi também em Konya que Rumi conheceu Shams al-Dīn de Tabrīz – o mestre que exerceu grande influência sobre seu caminho espiritual e a quem dedicou os versos do livro ‘Divan-i Shams-i Tabrizi , reunidos por seus discípulos em edição póstuma.

Mas antes da chegada de Rumi, Konya – que na época se chamava Ikonium – já tinha uma longa e curiosa história que inclui a visita de pelo menos três apóstolos: Paulo, Barnabé e Silas. Além disso, é a cidade natal de Santa Tecla – uma jovem convertida por Paulo que acabou canonizada e recebeu da Igreja Católica os títulos de Igual aos Apóstolos” e o de “protomártir entre as mulheres”.

Para saber mais um pouco sobre dois significativos períodos da história de Konya, leia, aqui no blog, as matérias: Konya: a última morada de Rumi / Ikonium; a terra natal de Santa Tecla 

Troia: cenário da guerra pelo amor de Helena

Quem se encantou com a história da Guerra de Troia narrada na mitologia Grega, não pode perder a oportunidade de conhecer a cidade cenário de grande parte daqueles acontecimentos. Não se sabe ao certo se a guerra aconteceu historicamente ou se foi apenas uma referência mitológica, mas há cada vez mais defensores da tese de que a guerra realmente existiu, embora sua causa tenha sido diversa daquela contada pelo mito.

Além da famosa guerra, Troia tem como atrativo uma história de oito destruições, totalizando nove cidades, uma original e oito reerguidas, cada uma delas sobre os escombros da anterior. E o mais interessante é que ruínas de cada uma das nove camadas podem ser observadas pelos visitantes.

E para quebrar a aridez do local e tornar a visita mais lúdica, logo na entrada do sítio arqueológico há uma representação do mitológico cavalo de madeira que teria escondido os inimigos de Troia onde se pode entrar e vislumbrar a sensação experimentada pelos invasores.

Para saber detalhes da história e da visita a Troia, leia, aqui no blog, a matéria Troia: a cidade que inspirou poemas épicos.

Pérgamo: a cura pelas palavras

Não é à toa que o material usado na Antiguidade como suporte para a escrita, para documentos e até para livros foi batizado como Pergaminho, em homenagem ao nome dessa cidade. Pérgamo era a sede da segunda maior e mais importante biblioteca da Antiguidade, que perdia apenas para a de Alexandria.

A cidade também abrigou um famoso espaço denominado Centro Médico de Asklepion ou Centro Médico de Esculápio, que mesclava diversos tipos de terapias e grande parte delas incluía as palavras. Os doentes faziam leituras, hidroterapias, interpretavam sonhos e assistiam peças no anfiteatro do hospital.

Pérgamo foi também uma grande metrópole e abrigou importante monumentos arquitetônicos como o altar monumental, provavelmente dedicado a Zeus, que está parcialmente reconstituido no Museu de Pérgamo, em Belim, na Alemanha e um dos teatros mais íngremes do mundo.

Para saber mais sobre Pérgamo, leia, aqui no blog, a matéria Pérgamo: o paraiso das palavars e da cura.

Pamukkale: uma das maravilhas naturais da Turquia

Por fim, para relaxar o corpo e o olhar, nada melhor que encerrar o roteiro pela Turquia com uma visita a Pamukkale, na província de Denizli. Mas se engana quem imaginar que vai encontrar apenas um conjunto de piscinas termais.

Pamukkale é um lugar cheio de lendas e histórias reais. Conta-se, por exemplo, que uma moça muito feia tornou-se bela depois de mergulhar em uma das piscinas de Pamukkale. Há quem diga, ainda, que as águas azuis de Pamikkale curaram a Virgem Maria de um problema nos olhos e que a rainha egípcia Cleopatra costumava ir até lá em busca de rejuvenescimento.

Ao lado das lendas e das histórias que não se sabe até onde são reais, existe um fato concreto: Hierápolis, a cidade onde essas termas estão localizadas, de fato sediou, no passado, um centro de cura pelas águas. Acreditava-se, realmente, que tanto a água como a lama depositada no fundo desses poços tivessem propriedades capazes de tratar as mais diversas doenças.

Pamukkale e Hierápolis – que um dia também se chamou Pamukkale – estão tombadas pela Unesco com o titulo de Patrimônio Mundial,da Humanidade. Para saber mais, leia, aqui no blog, a matéria:

Pamukkale: o lugar da cura e da beleza

Turquia – Ásia e Europa